quarta-feira, 30 de maio de 2018

A volta da Ditadura Militar (64-85)


Geral propagando informações falsas gerando histeria, a mais recente que eu vi é que “após 7 dias e 6 horas pode haver uma intervenção militar constitucional”, na boa, na boa, isso não existe, nem com 6 dias nem com 12 dias nem com nada desses  áudios, não existe na constituição democrática do estado de direito que vivemos,  algo que dê essa margem para os militares intervirem dessa forma. Pode haver a chamada aos militares sim, porem somente os poderes  constitucionais(executivo, legislativo e Judiciário), isso no que tange ameaça a segurança publica, e vamos lá, não é “intervenção Militar” é intervenção Federal conduzida Por Militares, então chega de loucura!
                Quem pede a volta da Ditatura, só me resta pensar que, os caras maios novos nascidos depois de 1985 iguais a mim , estudam pouco e esse pouco é baseado em redes sociais e textões, já os mais velhos que viveram no período da ditadura civil  militar, estão com amnésia, só pode.
Não houve Corrupção: Sim houve e muita, porem não abstenção a isso, inclusive a informação não era propagada da forma que é hoje, Rio Niterói, transamazônica, Itaipu(pesquisem).
Havia segurança: Não, não era bem assim, ninguém iria aos jornais porque era censurado, quem fosse considerado oposto ao que os militares acreditavam que era ordem, era morto, ah os baderneiros, esquerdistas e comunistas e  blá blá blá, é certamente crianças tinham um posicionamento politico forte para ser sujeitada a tortura, pesquisem no google “Ernestinho, o bebê "subversivo" , tem outras coisas mas nem vou citar, darei  o trabalho de buscarem informações.
Os militares não roubavam: É , não sei oque nem onde vocês leem essas coisas, mas vamos lá, pesquisem Delegado Fleury, Lutfalla, Camargo Correa, cara só vou mostrar o caminho das pedras, o resto é com vocês.
Não faltava trabalho: É não dá para discordar totalmente disso, afinal se um pai de família antes sustentava os filhos e a esposa, na ditadura foi necessário que todos trabalhassem para chegar a renda que esse mesmo pai ganhava sozinho, ou seja, salário de miséria e para mão de obra Barata, técnica e não pensante, tinham vagas(tirem suas conclusões)
Nossa Mídia tendenciosa e Rasa conseguiu dividir  toda uma sociedade em esquerda e direita, porem a grande maioria não sabe o significado real, digo tanto dos que se dizem de esquerda quanto os que se dizem de direita, ainda acreditam que essas divisões  se dão com base nos jacobinos e Girondinos.

Link para entender o mínimo: https://www.hrw.org/pt/news/2014/12/10/265291
Livro para aprender: Combate nas Trevas, Jacob Gorender

terça-feira, 29 de maio de 2018

A vida é extraordinária


R, tem 10 anos, menino, criado em um ambiente totalmente feminino, único homem da casa, cheio daqueles questionamentos de um menino de 10 anos. Está vendo a greve pela tv, já  nasceu numa família com certo poder aquisitivo, carro próprio, idas costumeiras ao shopping, alguns gostos classes média concedidos com sucesso.
Porém aluno de escola pública, morador de periferia, negro, está  sendo educado para não  deixar nunca o documento  em casa e não fazer movimentos bruscos (sim educar uma criança negra é também explicar racismo ). Viu  a greve pela TV, ouviu dizer que talvez os militares tomem o poder, não entende o que significa ditadura, mas sabe que não  é bom.
Estou na varanda, colocando as roupas no varal, ele me cerca, com cuidado me pergunta se eu acho se isso é realmente verdade. Se a polícia vai começar a cercar as pessoas na rua. Pergunto se ele pensa em como isso afeta ou muda a vida dele, ele diz que não  muda nada porque é uma criança. Mas que isso é ruim. Porque nos filmes, de heróis quando as pessoas malvadas tomam o poder, fica tudo ruim. Explico que não  vai ser assim, que tem a ONU, que eles não  deixam isso acontecer.  Ele não  sabe o que  significa  ONU, claro né. Então lembro de quando assistimos Pantera Negra, digo que é como quando todos os chefes das tribos se reúnem pra decidir juntos sobre uma coisa. Digo que a Onu tem chefes de todas as tribos e que eles podem se reunir, como no filme. Ele parece entender. Se distrai  com outra coisa e me deixa em paz.
Mais tarde quando a mãe dele chega em casa, ele pede ajuda para uma tarefa de arte , precisa escrever sobre um artista , Vik Muniz, a mãe  não  se interessa muito, está  cansada do trabalho, compreensível, resolvo ajudar, porque gosto  do artista e do trabalho, mostro o documentário no YouTube pelo celular, ele reclama – mais de 1 hora de filme!!!, digo que  não  precisamos ver tudo, só  as mais importantes e vou explicando, ele concorda. Começamos.
R. Fica paralisado com tudo, passa a próxima  hora atônito. Atento. Não  percebe que não  pulo nenhuma parte. Assiste tudo.  Fica primeiro assustado com as pessoas no lixo, ele não  achava que isso era mesmo possível.  Depois fica impressionado em como é possível ainda sorrir na miséria total.  Depois descobre que tudo que é  ruim, sempre piora e no final quando Tião consegue no leilão em um museu vender seu quadro, vem a redenção. O final feliz secretamente desejado pelo menino que acredita em heróis.
É  um trabalho de escola, é  para escrever sobre a arte, é para mostrar aos alunos todas as possibilidades de um artistas. Mas vai além, trás um alento pro coração, faz a gente acreditar que são  as crianças de hoje que vão nos curar e que estão apesar de, nos mostrando o quanto a vida ainda pode ser extraordinária.(créditos de Macabéa)

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Bandido Bom é Bandido Morto?!!!


 Recentemente está em evidência nas redes sociais e jornais de todo o Brasil, a história sobre uma policial que estava de folga e que matou um assaltante, na frente de uma  escola.O  mesmo portava arma e iria cometer um assalto, frente a mulheres e crianças.
Em uma analise rápida digo, não importa o que a Policial fizesse, a ação dela sempre será questionada, se ela não faz nada e o indivíduo atira e fere alguém, iriam critica-la,se ela saca a arma e dá um tiro somente para ferir o bandido,  e o bandido efetua um disparo e fere alguém, sua ação seria questionada como ineficaz, assim como o tiro fatal resultando na morte do bandido, a atitude também foi questionada.
Enfim  não é esse o ponto, não é sobre a ação da policial que tirou a vida de alguém, que poderia ter tirado a vida de outro alguém, a adrenalina, a percepção de que poderia ferir outros inocentes, certamente a fim de se defender, todos nós por instinto atiraríamos, em minha percepção foi o correto a se fazer naquele momento.
Mas e nós como pessoas civilizadas, como estamos indo ?Há alguns milênios atrás começamos a evoluir quando passamos a valorizar a vida em sociedade, a relação entre os grupos, algum tempo depois Constantino trouxe o conceito de "juízo final" e com isso trouxe também um pouco mais de tranquilidade, pois o medo das consequências fizeram os bárbaros  temerem a morte, assim como  não mais banalizar a morte, mas hoje estamos retroagindo muito, não só nos conformando com a morte, mas estamos nos saboreando dela, estamos fazendo campanha com a morte de alguém, não estamos nos importando com as as mães, famílias, amigos,  a morte não é saudável, não é digna de todo esse parque montado, com a morte sempre alguém sofre, somos hipócritas e dizemos bandido bom é bandido morto, mas e se fosse conosco? Será que teríamos esse mesmo julgamento?
Quem comete um crime é criminoso(bandido), segundo a lei 13.546/17 -Beber e Dirigir é Crime, então você aí moralista e revolucionário de sofá, será que nunca bebeu e dirigiu, será que no churrasco de domingo com a família reunida, nunca bebeu e foi buscar a segunda rodada de cerveja, nunca andou com alguém que bebeu, nunca saiu do serviço e foi fazer um Happy Hour com os colegas, ou saiu da faculdade de cabeça quente, passou no bar tomou umas e foi dirigir ?Certeza que sim, então levando ao pé da letra, você, eu,  também somos  criminosos, bandidos, afinal fizemos algo que a lei não permite, pegamos  uma arma(veículo ) e  colocamos  as pessoas em situação de risco podendo matar, se bandido bom é bandido morto, será que você  merece morrer, será que eu mereço morrer,  nós merecemos morrer? Será que acharíamos normal que as pessoas ficassem felizes com nossa morte, será que podemos confiar a vida de alguém em nosso sistema jurídico e mais em nosso sistema político.Sistema esse que destina cerca de 80 Bilhões para mais ou menos 30 mil indivíduos do magistério e seus contratados indiretos, e  quando destinamos 30 Bilhões para atender a 14 milhões de famílias em situação de pobreza, não só o sistema Político, mas também as pessoas, acham que é muito, tirar a fome, acham que é sustentar vagabundos, acham que isso que afunda o nosso Brasil,  mas não são capazes de se impor a essa "gordurinha" de alguns bilhões.
 Somos Hipócritas e você da meritocracia, você da direita que nunca fez, não foi e é contra projetos sociais, você da esquerda que já esqueceu os princípios de igualdade,você na sua casinha branca cercada por um belo jardim, que acha que a cota está diminuindo suas chances, todos vocês estão inclusos. Estamos perdendo a humanidade quando festejamos a morte de alguém.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Bolsa Família e Nosso Brasil Invisível - Parte II - Mulheres


Vou começar o texto enfatizando BOLSA FAMÍLIA não foi criado pelo PT(só para parar com o atrito de esquerda dizendo que o LULA criou o bolsa família, e Direita dizendo que não), antes de tudo o Brasil já estava passando por momentos bem difíceis,desde as revoluções industriais, a guerra, a  ditadura Militar,  tudo isso colaborando para o aumento do desemprego e uma cegueira tanto pública quanto privada no que tange as questões humanas e sociais.
 A década de 80 foi considerada o ponto de partida, pois foram dadas mais  atenção a questões relacionadas a fome e a miséria,com um pouco de atraso,  afinal essas transferências já estavam sendo discutidas no mundo, mas no Brasil ainda não havia surgido publicamente essa necessidade de dar um pouco de dignidade aos menos favorecidos. Não estou dizendo que não existia essa preocupação, porém ela era proporcionada de forma indireta, sem controle e sem um objetivo final, por meio de cestas básicas algumas famílias recebiam auxílio , mas não estamos falando só sobre matar a fome, estamos falando de incentivar a família a sair desse estado de miséria, algo que realmente fosse capaz de assegurar proteção social e cobrasse medidas para que não se criasse dependentes, e sim que minimizasse o sacrifício em suas lutas diárias para sair desse estado de vulnerabilidade financeira.
                De fato na década de 90 podemos considerar o marco histórico dos programas de distribuição de renda, iniciados em sua maioria por ONG’s porém, nota-se nesse momento a preocupação pública e a criação de alguns projetos, em 1991 a lei 80/90 de Eduardo Suplicy deu base para criação de políticas públicas para a distribuição de renda, porém, nesse período o Brasil sofreu sua pior recessão, altas inflações, endividamentos externos, logo a pobreza foi potencializada.
De 1991 até 1995 tivemos uma nova visão sobre o que seria a proteção social, então a transferência de renda foi focada em famílias pobres, que tinham crianças de 5 a 15 anos estudando em escolas públicas , nesse momento é importante enfatizar que o ponto não é mais o indivíduo ,e  sim a família, e é aqui que temos a obrigatoriedade da criança frequentar a escola,como um dos requisitos para acessar os benefícios.
Após esse período temos em 1995 as experiências municipais com políticas de proteção social, pioneiros foram, Campinas, Ribeirão Preto e Brasília, em 2001 ainda no mandato de FHC, tivemos a expansão dos programas Federais criados em 1996( Benefício de Proteção Continuada;-BPC, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI ) além da criação de novos programas (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Bolsa-Renda, Vale gás), e por fim em 2003 Com LULA na presidência, temos a unificação de todos esses programas criados e também a expansão dos mesmos.
                Tá, mais aí vem à pergunta, por que  toda essa história ? Além de mostrar a linha evolutiva do PBF, a ideia é desmistificar o senso comum de que dar dinheiro para “pobre” é coisa de um governo específico , não, é uma preocupação que se estende, não só aos vários governos , mas sim ao ser humano, e nada está sendo dado, está sendo devolvido afinal pagamos impostos pare receber um retorno do governo, alguns vão para universidades federais, outros utilizam os postos de saúde, vias públicas , e os outros com maiores dificuldades, em forma de dignidade . Estamos a uma semana do dia das mães, se você leu com atenção notou que no início o projeto era voltado ao indivíduo , e com o tempo, com o melhor entendimento ele foi direcionado para a família, mais especificamente para ás Mulheres, dos beneficiários do PBF, mais de 92% são mulheres, que ficam responsáveis pelo recebimento, esse dinheiro ajuda a comprar o pão, gás e uma outra coisa ,dentro das necessidades de cada família .
Estudos mostram que a mulher  está mais preparada e habilitada para utilizar os recursos para o bem estar geral da família.
                Talvez não tenhamos parado antes para pensar, mas esses programas sociais proporcionaram muito mais que um almoço de  melhor qualidade. Ao longo desse trajeto programas como esse trouxeram cidadania, dignidade e uma maior autonomia entre as mulheres de classes pobres, elas não são mais obrigadas e serem violentadas física e mentalmente por seus parceiros, essa complementação deu força, deu coragem para que as mulheres não fossem submetidas aos seus parceiros, somente para dar alimento aos seus filhos, hoje temos um empoderamento das mulheres, hoje elas lutam por seus direitos, hoje elas tem mais de uma opção para seguir em frente e não só cuidar do lar, as crianças não precisam submeter-se a trabalhos forçados, não precisam deixar a escola, não precisam deixar de serem crianças.
Para finalizarmos temos aquela velha questão “O benefício do bolsa família incentiva as mulheres a ter mais filhos”, vamos parar então. Talvez no inicio do projeto pelo não conhecimento de como as pessoas iriam reagir, de como seria um projeto desse porte, seria aceitável esse pensamento, mas hoje não.
Hoje os números mostram que as famílias que recebem o benefício , utilizam mais métodos contraceptivos , elas tem maior poder de decisão sobre sua reprodução, maior entendimento sobre seu momento, lhes deu um poder de decisão que não é submetido ao universo masculino. Elas se libertaram das amarras, elas podem decidir quanto e quando é o melhor momento, elas querem estudar, elas querem que seus filhos estudem, na verdade sempre quiseram isso, só lhes faltavam oportunidades.

http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_35_3_SL_Nascimento.pdf
(O Programa Bolsa Família, fecundidade e a saída da pobreza, José Eustáquio Diniz Alves 1 Suzana Cavenaghi)

"Mimimi" de gente negra!

Vamos falar um pouco de escravidão, racismo e História, ao contrário do que muita gente pensa não foram os Europeus que inventaram a escra...